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“Andarilhagens”, o novo filme dos Flanantes

Andarilhagens” é o novo filme do nosso coletivo favorito, o Flanantes, com direção de Murilo Romão, o nosso Murilo Romão favorito.

Daqui pra lá, de lá pra cá, andando por várias cidades, descobrindo picos novos, apresentando diversos skatistas e claro, sempre trazendo algum ensinamento, dessa vez, através das palavras de Paulo Freire.

O Fábio Luiz Pimentel fez um texto para te guiar nessa jornada:

“Andarilhagens é a nova produção do coletivo Flanantes inspirada na trajetória de vida do pedagogo e filósofo brasileiro, Paulo Freire. A noção de andarilhagens é uma formulação existencial para os percursos que caracterizaram as andanças de Freire desde as periferias do Recife passando pela América Latina até o continente africano, onde o pedagogo viveu seu exílio. São suas as palavras ao dizer que, “se estou de um lado da rua e penso por n razões, de estar do outro lado, eu não posso fazer nada senão, atravessar a rua”. O que significa a necessidade de um deslocamento do papel do educador no sentido do lugar de seu educando, o que desestabiliza as hierarquias do saber. O que ficou conhecido em sua célebre frase, “não há saberes mais ou menos, há saberes diferentes”. Um dos aspectos das andarilhagens deste vídeo é a circulação por várias cidades como São Paulo, São Caetano, Barretos, Florianópolis
ou Viçosa.

Andarilhagem é um dos verbetes do Dicionário Paulo Freire escrito por Carlos Rodrigues Brandão. Nele o antropólogo nos diz que:
Somos humanos porque aprendemos a andar, somos humanos porque aprendemos a transitar entre um estar aqui e um contínuo partir, “ir para”. Entre os que andam, viajam e vagam, há os que se deslocam porque querem (os viajantes, os turistas), os que se deslocam porque creem (os peregrinos, romeiros), os que se deslocam porque precisam (os migrantes da fome, os exilados, e há os que se deslocam porque devem, quer dizer os “engajados”, Paulo Freire pertenceu às duas últimas categorias.

Nesta obra o recurso ao imaginário fica por conta da arte de Erica Maradona. A pedagogia do oprimido revela a construção de um encontro com a diversidade presente no skate feminino de Rayanne Nery, Camila Fernandes entre outras. As andanças ultramarinas são observáveis no trânsito por São Paulo, das manobras de Gabriel Fortunato, flanante de Suzano que hoje vive em Los Angeles. São estas experiências andarilhas e utópicas que inspiram os Flanantes através de um skate que se sabe subalterno ao revelar uma teoria da educação que preza pela vivência com skatistas mais jovens como Felipinho, Enzo e Ravi. O que traduz uma preocupação emancipatória típica da educação popular que é o trabalho junto às bases. A trilha sonora de Andarilhagens é composta pela Orquestra Afrobrasileira, Tommy Guerrero, Lurdez da Luz, Maria Bethânia e Edu Lobo, dupla esta que nos inspira uma pergunta freiriana:
Bora andar?”

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