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Gian Naccarato – Maioridade Profissional

Recentemente, soltamos o documentário Maioridade Profissional, que conta a história do skatista profissional Gian Naccarato. Como o filme foi produzido pelo Plinio Higuti, Leo Reali e Raphael Mariano, nós da Black Media só vimos o resultado final. Por isso, decidi conversar com o Gian pra saber como foi o processo de produção do documentário; reunimos também algumas fotos antigas que retratam bem o começo da carreira dele pra ilustrar a conversa. Se você ainda não assistiu o documentário, recomendo que você faça isso imediatamente clicando aqui.


De quem foi a ideia de fazer o documentário, sua ou do Plinio?
Tudo começou numa conversa entre eu e o Narciso, o dono da ÖUS. Ele comentou que eu já tinha vivido muitas histórias. A gente estava falando de datas, que eu estava completando 21 anos de profissional, aí ele veio com esse nome de “maioridade profissional”. Foi o Narciso que deu esse nome. Aí eu comecei a correr atrás de quem poderia ceder as imagens, o pessoal das antigas que filmava, o Tuca, o Cris Mateus, o Duda. Daí, comecei a pensar em quem poderia fazer e me veio a ideia de chamar o Plinio, que fazia o Skateboard System na época e tal. Foi muito louco porque ele tava meio afastado da cena do skate, então tive que fazer um corre pra pegar o telefone dele. Quando finalmente liguei pra ele foi muito louco… Ele disse que tinha sonhado comigo, que queria fazer uma parada comigo, então essa foi a primeira conversa sobre o documentário. A partir daí, a ideia casou muito bem e a gente começou toda a história.

Quanto tempo demorou pra ser feito? Como foi o corre todo pra fazer o documentário?
Na real, foi quase um ano só juntando material, correndo atrás de imagem, falando com a galera que filmava, que tinha imagens antigas. Fiz uma lista com um monte de nomes e fomos atrás das fitas VHS, digitalizamos tudo, juntamos fotos e revistas antigas, escaneamos as fotos. Junto com isso, fui filmar umas coisas atuais também, aproveitei viagens que eu fazia de outros projetos pra filmar. Foi uma parada bem independente mesmo, a correria toda foi eu e o Plínio que fizemos.

Conta um pouco da sua amizade com o Plinio, dos trampos que vocês já fizeram juntos.
Pô, foi muito louco fazer esse trampo com ele. Eu sou amigo dele há muito tempo, o Plinio é profissional dos anos 90 também, acho que ele passou pra pro até antes que eu. Primeiro campeonato que eu fui pra Europa ele também foi, a gente andou muito de skate na Prestige. Depois ele começou a se interessar por vídeo, eu também comecei a filmar, então foi um trampo muito natural. Ele tem um estilo de fazer as coisas muito da hora, sem crise, sem problema, “vamos que vai dar certo”. Ele fez um puta corre nervoso de edição, de organizar todo esse material, de colocar numa ordem cronológica. Foi muito da hora, viajamos juntos, fizemos premières juntos, fomos lançar o documentário na Europa, foi muito style.

O que você gostaria de fazer que ainda não fez nesses 23 anos de profissional?
Eu andei na Mega, dropei da parte da aterrissagem e andei no quarter, uma parada que foi muito louca. Tive duas oportunidades de andar e andei nas duas, sempre aqui no Brasil. Pelas medidas e pelo jeito que a Mega foi montada no Brasil, dropar mesmo, pular o buraco e cair na rampa de aterrissagem pra depois ir pro quarter é quase impossível pra mim. Mas na casa do Bob por ela ser construída na montanha a inclinação é totalmente diferente, o próprio Bob já falou que eu tenho que ir lá e tal. Eu tô adiando isso; não tô desencanado, mas preciso pegar e ir lá mesmo. Eu quero ver de perto se eu consigo pular o buraco, foi uma coisa que eu não fiz ainda e quero fazer. Eu só vou saber se consigo na hora que chegar lá e ver ao vivo, porque o bagulho não é brincadeira mesmo. Só de andar no quarter já foi muito louco, uma adrenalina diferente, outra velocidade, outro tudo. Isso é uma coisa que eu quero fazer. E vou fazer ainda.

Você tem andado de vert? Será que ainda encana de andar no vertical de novo?
Faz tempo que eu não ando em vert. Tipo, a última vez foi no ano passado, ou em 2015. Mas eu tenho muita vontade de andar, tô com tudo certinho, os equipamentos… Às vezes, ando um pouco em bowl, mas minha vontade é andar no half mesmo. Não profissionalmente, pra tentar correr campeonato, não pra esse lado. Quero andar com os caras que eu conheço, o Geninho, Vovô, última vez que eu andei foi no Rony, puta de um half style. Eu sei que se eu andar uma semana, retomar o rolê, dá pra relembrar muita coisa. Minha ideia é essa: aprender umas paradas novas, usar umas manobras de vert nas minhas partes de street. Vertical é uma modalidade muito louca, é diferente, curto pra caramba.

Pra fechar. Qual skatista brasileiro você gostaria de ver em um documentário tipo o seu?
Ricardo de Carvalho. Desde a primeira vez que eu vi o Ricardinho na Prestige ele me impressionou muito, sempre achei ele um skatista cabreiro, um nível muito alto de skate. Depois tive a oportunidade de viajar e conhecer melhor, andamos bastante de skate, fomos das mesmas marcas e tal. Daí ele foi seguir carreira lá fora, foi muito considerado nos Estados Unidos, e a gente acabou se afastando um pouco. Muitas coisas aconteceram com ele, alguns problemas, eu fiquei um tempo sem saber o que estava acontecendo com ele. E agora ele tá de volta pro Brasil, em Curitiba se não me engano. Tem muita coisa que ninguém sabe, que eu não sei, e gostaria de saber. O Ricardinho deve ter muita coisa pra contar, não só de skate, mas também de lição de vida.

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